Há vezes em que
O que tens não te chega
E o que tens faz mais falta.
Há dias em que
A vida se finge cega
E, sem querer, te sobressalta.
Há dias em que pressinto
Gestos estranhos nos teus lábios
E sons diferentes nos teus olhos,
Em que acidentalmente pinto
Cores novas nos teus braços
E novas estradas em desvios
Que não levam a nenhum lado.
Por vezes, o meu próprio frio
Conjuga-se num arrepio
Que eu não sinto,
Assim como o teu beijo
Não toca a minha pele.
Oiço apenas os teus dedos
Tão finos como papel
Escorregar pelo meu braço
Pálido, cor de nada,
Contrastando com o teu,
Cor de madrugada
Limpa e segura.
04.05.2005
1 comentário:
Ha muitos dias...dias tristes e dias abençoados...e por mais estranho k pareça este triste poema foi abençoado com beleza e transparencia de espirito...e incrivel como uma lagrima e bela...
Enviar um comentário