quinta-feira, 27 de abril de 2006

Cara-metade


Quando descanso em ti a minha alma,
Sei que o mundo pára.
O relógio cessa o bater do compasso metódico e sucessivo.
Os corações e os passos hesitam, ficam-se, morrem.
Os olhos fecham-se e o ar congela.
A água corre para cima.
O mundo gira ao contrário, o sol corre a esconder-se.
As flores fecham-se.


É então que estamos sozinhos:
A meio da noite meio vivida,
A meio da vida meio morta, meio oca,
Mas que se torna assim meio vazia, meio cheia,
Conforme os dias em que descanso em ti
A minha (meia) alma.



08.11.2005