quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Ergue-te




ergues-te esquecido
na ponta da minha faca
e gritas contra a minha negligência
atravessas espadas
e queres-me
porquê
diluis-te cinzento e só
à espera só
na rua quente
nenhum dos meus dias é teu
no entanto ficas sempre à minha espera
e
porquê
desabrochas
no soalho que me engole
engole-me
despe-me
existe amarrotado no canto do meu olho
onde as lágrimas se acolhem
persistes
crês então ser impossível
seres impossível
é impossível.

decerto é já tarde para começar a existir.








1 comentário:

Poeta por acabar disse...

Arrepia-me.

Esta fantastico.

Es fantastica.

(Arrepias-me)