Hesitar.
Arranhar a porta que se fecha
Trepar a parede deste escuro que se move
Mas em vão.
Hesitar.
Gritar em silêncio ao vento que morre
Porque me deixas?
Hesitar.
Balançar no crepúsculo, na areia que voa
E que chicota esta pele morena e rasgada de sal.
Hesitar.
Cair desse andar e suster um gemido.
Partir o sangue gelado que canta por espaço.
Mais gritos
Mais amores.
Hesitar.
Quebrar, fugir, escrever, tocar.
Histórias, agulhas, tristezas.
Mentiras.
Hesitar.
Pormenores. Importam, sim.
Desprezar esse olhar que me deitas,
Olhares fingidos, clandestinos, ilusórios.
Hesitar, não mentir.
Implorar ao vento que foge
Porque vais?
Hesitar.
Calar este corte, esta chaga tão cá dentro
Que nem tu – nem tu – alguma vez alcançastes.
Hesitar
E
Não te contar
Que o vento te deixa por vergonha dessa mentira.
16.09.2007
Sem comentários:
Enviar um comentário